Esta será mais uma das poucas vezes que hipoteticamente escreverei para ti, de uma maneira também hipotética, como nós próprios.
Tudo em torno dos nossos corpos manifesta-se de acordo com os nossos actos, já ninguém acredita em nada, nem nada em ninguém. E isso faz-nos assim, torna-nos assim, muda-nos assim.
Muda-nos tanto que torna impossível a nossa respiração nocturna, pelas vozes que vão e tornam a vir quando embatem nas paredes dos nossos pequenos mundos, agora em locais completamente diferentes, por manifestação somente tua.
São palavras que apenas gritam em protesto, contra nós, contra o que fizemos, contra a maneira como destruímos tudo o que outrora nunca existiu, mas que fazíamos questão de manter vivo.
Neste momento sei o que vai em ti. Sentes-te completamente completo, ao contrário do teu corpo, o qual de nada é proprietário.
Alguém mais, talvez alguém o possa acariciar um pouco, de acordo com as tuas escolhas, que dizes terem sido as melhores, ao contrário do que manifestam as tuas pulsações.
Já não eu, não mais.
Lamento.
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