2 de julho de 2010

With or without you

Sinto que já não há nada a fazer. As palavras foram, e agora voltaram, assim do nada, como que com o vento, que nunca se decide relativamente aos seus caminhos.
As nossas palavras também não se decidem, por já se terem decidido há muito tempo.
Elas já estão formuladas, e as frases que dirigimos a cada instante estão já há muito tempo construídas no livro de toda a nossa história, sem nós sabermos.
E sem que nós soubéssemos, chegou a altura dessas frases serem colocadas em jogo, para deixarem que tudo aconteça, não o que um dia já aconteceu, mas algo novo, qualquer coisa que nasce e cresce todos os dias, com diferentes sentidos e direcções.
É estranho, sim, é estranho. Todas as palavras enviadas fazem-nos ter (quase) a mesma reacção. 

Tenho o coração nos olhos e as lágrimas nas mãos, sem querer. 
Já acabou, mas eu sei que tu também és assim. Tu próprio o dizes. Tudo dura o tempo necessário para ser inesquecível.

1 comentário:

Inês p. disse...

Chega ao final, e só nos restam memórias. Pedaçinhos do que um dia fora vosso, teu ou dele (nosso - meu e dele).
Ás vezes gostava de ter pedaços de papel, mais fotografias, tudo - só para me relembrar o quão real foi.

«Tu próprio o dizes. Tudo dura o tempo necessário para ser inesquecível.»