12 de dezembro de 2009

Inevitável

Hoje eu aceitei. Peguei e fui.
Hoje eu dei. Recebeste. Nada de mais.
Eu, eu recebi a certeza de que nada é assim.
Eu fui, mas foi diferente, desta vez eu ouvi-te quando viraste costas.
Desta vez eu disse " Eu também " depois de tu acabares de o dizer no teu imundo silêncio.
Desta vez foi assim, nós sabemos. Ainda não acabou.

Agora, agora estou a ver-te cá de cima. Só não consigo ouvir-te. Esta noite tu decidiste ir, e eu decidi ficar a olhar por ti. Dentro de poucos minutos abandonas a pequena pista de dança e voltas. E eu sigo-te, como em todas as noites. Só quero certificar-me que ficas bem.
Depois tu deitas-te e eu fico à espera que adormeças. E depois vou. Puxo-te as mantas bem para cima e fico ali, sem que saibas, toda a noite. Como todas as noites, desde o princípio.
Sempre foi assim, ambos o sabemos. É inevitável, e sempre o será.



2 comentários:

nés, disse...

está tão..wow.
És uma espécie de presença escondida, parece-me. Mas vais ver que ele/ela vai perceber que tu estavas lá. No dia em já não houver ninguém a puxar os lençóis..

Anónimo disse...

Gostei :) ; e já te estou seguindo igualmente :P